quarta-feira, 13 de abril de 2011

O massacre de Realengo ( O sonho acabou para alguns dos nossos brasileirinhos)



E aqui estou eu, indignada como todos os brasileiros, depois de uma semana turbulenta. Com várias perguntas e muitas dessas perguntas sem resposta. Sou professora e não posso, de maneira alguma, deixar essa barbárie passar em branco, deixo aqui a minha indignação, pois como todos sabemos que a Educação no Brasil precisa de mudança, o mais rápido possível.
Achávamos o Brasil imune a chacinas escolares “do tipo americano”. Já encaramos tantos problemas tão nossos. Realengo, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, tinha lugar cativo na música brasileira. Foi imortalizada por “Aquele abraço”, uma das composições mais cantadas de Gilberto Gil. Ironicamente, a letra, feita no exílio da ditadura em 1969, começava com “O Rio de Janeiro continua lindo”. E o estribilho, “Alô, alô, Realengo, aquele abraço”, era um recado para o quartel em que Gil ficara preso.
Agora, nosso abraço sentido e solidário vai para uma outra Realengo, aturdida, que reza, enche de flores a rua, acende velas e doa as córneas das crianças mortas para tentar tocar a vida adiante.
Todos procuram na história do atirador, Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, os motivos que o tornem único. Era muito mau, muito louco, um animal, um psicopata, um esquizofrênico e se matou. Logo, isso não voltará a acontecer. Certo? Errado. O que podemos fazer para tentar evitar novos massacres de brasileirinhos?
• As escolas precisam ter psicólogos que possam antever problemas com alguns alunos. Um dos depoimentos mais lúcidos foi de Bruno Linhares, ex-colega do atirador: “As escolas estão mal preparadas. O Wellington era completamente maluco. Na sala de aula, já era perceptível o distúrbio mental dele. Muito calado. Vivia agarrado com a pasta embaixo do braço e dava uns sorrisos estranhos. Um amigo um dia bateu no ombro dele e disse: ‘A gente tem medo de que você ainda vá matar muita gente’. Foi uma profecia. Deveriam chamar os pais dele, encaminhar ao psicólogo e ver qual a situação dele.” Psicólogos podem parecer luxo num sistema de ensino tão deficitário como o nosso. Mas, diante de tantos casos de violência entre alunos ou com os professores, não dá para ter quase 1.000 estudantes numa escola municipal sem uma assistência psicológica real, que funcione.
• A família deve prestar mais atenção ao comportamento dos meninos. “Há alguns padrões entre esses atiradores”, disse o psiquiatra Luiz Alberto Py. “Em todos, existe uma violência contida e armazenada durante anos até explodir. São crimes premeditados e tipicamente masculinos. O macho é mais dotado dessa busca de matar ou morrer. Para alguns, a juventude é um momento transtornado e confuso. O misticismo exagerado é outro indício preocupante. Na dúvida, a família deve procurar um psiquiatra, porque hoje há diversos medicamentos capazes de acalmar e diminuir a confusão mental.”
Achávamos o Brasil imune a chacinas escolares. O que podemos fazer agora para evitar novos massacres?
• Escolas precisam reforçar a segurança. Não dá para qualquer um entrar em salas de aula sem identificação. Nos Estados Unidos, depois do massacre de 15 alunos na escola de Columbine, em 1999, as escolas passaram a usar detectores de metais. Há quem ache essa medida radical ou paranoica diante de tragédias tão raras. Mas temos acompanhado inúmeras histórias de alunos, até mesmo em escolas de elite, que levam armas dos pais à sala de aula para mostrar aos amigos. Uma segurança maior contribui para evitar não só crimes premeditados, mas acidentes com armas de fogo.
• Infelizmente, a sociedade contribui para a glamourização da violência. É um exagero descomunal a quantidade de filmes violentos com tiros, degolas e estupros em horário nobre na TV. Fico pasmada com o investimento familiar maciço em jogos de computador cujo objetivo é matar ou morrer. Qual será o efeito em crianças e adolescentes?
• O Brasil não deveria se intimidar com os lobbies de armas. Temos de estudar seriamente a aprovação do Estatuto do Desarmamento. A elite colecionadora de armas detesta esse assunto. Wellington tinha em sua mochila 12 speed loaders, acessório para carregar os revólveres com rapidez, que pode ser comprado por qualquer pessoa em lojas de caça e pesca por até R$ 30. O Estado do Rio tem 581 mil armas ilegais, segundo levantamento do deputado estadual Marcelo Freixo, da CPI das Armas. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, anunciou nova campanha do governo pelo desarmamento: “Temos uma cruzada pela frente”.
Podemos não conseguir evitar chacinas semelhantes. Mas cruzar os braços me parece pior.


terça-feira, 5 de abril de 2011

Primeira Guerra Mundial - Atividades

A Primeira Guerra Mundial (1914-1918)


Vários problemas atingiam as principais nações européias no início do século XX. O século anterior havia deixado feridas difíceis de curar. Alguns países estavam extremamente descontentes com a partilha da Ásia e da África, ocorrida no final do século XIX. Alemanha e Itália, por exemplo, haviam ficado de fora no processo neocolonial. Enquanto isso, França e Inglaterra podiam explorar diversas colônias, ricas em matérias-primas e com um grande mercado consumidor. A insatisfação da Itália e da Alemanha, neste contexto, pode ser considerada uma das causas da Grande Guerra.
           
Vale lembrar também que no início do século XX havia uma forte concorrência comercial entre os países europeus, principalmente na disputa pelos mercados consumidores. Esta concorrência gerou vários conflitos de interesses entre as nações. Ao mesmo tempo, os países estavam empenhados numa rápida corrida armamentista, já como uma maneira de se protegerem, ou atacarem, no futuro próximo. Esta corrida bélica gerava um clima de apreensão e medo entre os países, onde um tentava se armar mais do que o outro.
Existia também, entre duas nações poderosas da época, uma rivalidade muito grande. A França havia perdido, no final do século XIX, a região da Alsácia-Lorena para a Alemanha, durante a Guerra Franco Prussiana. O revanchismo francês estava no ar, e os franceses esperando uma oportunidade para retomar a rica região perdida.

O pan-germanismo e o pan-eslavismo também influenciou e aumentou o estado de alerta na Europa. Havia uma forte vontade nacionalista dos germânicos em unir, em apenas uma nação, todos os países de origem germânica. O mesmo acontecia com os países eslavos.

O início da Grande Guerra

O estopim deste conflito foi o assassinato de Francisco Ferdinando, príncipe do império austro-húngaro, durante sua visita a Saravejo (Bósnia-Herzegovina). As investigações levaram ao criminoso, um jovem integrante de um grupo Sérvio chamado mão-negra, contrário a influência da Áustria-Hungria na região dos Balcãs. O império austro-húngaro não aceitou as medidas tomadas pela Sérvia com relação ao crime e, no dia 28 de julho de 1914, declarou guerra à Servia.

Política de Alianças

Os países europeus começaram a fazer alianças políticas e militares desde o final do século XIX. Durante o conflito mundial estas alianças permaneceram. De um lado havia a Tríplice Aliança formada em 1882 por Itália, Império Austro-Húngaro e Alemanha ( a Itália passou para a outra aliança em 1915). Do outro lado a Tríplice Entente, formada em 1907, com a participação de França, Rússia e Reino Unido.
O Brasil também participou, enviando para os campos de batalha enfermeiros e medicamentos para ajudar os países da Tríplice Entente.

Desenvolvimento

As batalhas desenvolveram-se principalmente em trincheiras. Os soldados ficavam, muitas vezes, centenas de dias entrincheirados, lutando pela conquista de pequenos pedaços de território. A fome e as doenças também eram os inimigos destes guerreiros. Nos combates também houve a utilização de novas tecnologias bélicas como, por exemplo, tanques de guerra e aviões. Enquanto os homens lutavam nas trincheiras, as mulheres trabalhavam nas indústrias bélicas como empregadas.

 

Fim do conflito

Em 1917 ocorreu um fato histórico de extrema importância : a entrada dos Estados Unidos no conflito. Os EUA entraram ao lado da Tríplice Entente, pois havia acordos comerciais a defender, principalmente com Inglaterra e França. Este fato marcou a vitória da Entente, forçando os países da Aliança a assinarem a rendição. Os derrotados tiveram ainda que assinar o Tratado de Versalhes que impunha a estes países fortes restrições e punições. A Alemanha teve seu exército reduzido, sua indústria bélica controlada,  perdeu a região do corredor polonês, teve que devolver à França a região da Alsácia Lorena, além de ter que pagar os prejuízos da guerra dos países vencedores. O Tratado de Versalhes teve repercussões na Alemanha, influenciando o início da Segunda Guerra Mundial.
A guerra gerou aproximadamente 10 milhões de mortos, o triplo de feridos, arrasou campos agrícolas, destruiu indústrias, além de gerar grandes prejuízos econômicos. 

De cima para baixo e da esquerda para a direita: Trincheiras na Frente Ocidental; o avião bi-planador Albatros D.III; um tanque britânico Mark I cruzando uma trincheira; uma metralhadora automática comandada por um soldado com uma máscara de gás; o afundamento do navio de guerra Real HMS Irresistible após bater em uma mina.

Principais causas que desencadearam a Primeira Guerra Mundial:


- A partilha das terras da África e Ásia, na segunda metade do século XIX, gerou muitos desentendimentos entre as nações européias. Enquanto Inglaterra e França ficaram com grandes territórios com muitos recursos para explorar, Alemanha e Itália tiveram que se contentar com poucos territórios de baixo valor. Este descontentamento ítalo-germânico permaneceu até o começo do século XX e foi um dos motivos da guerra, pois estas duas nações queriam mais territórios para explorar e aumentar seus recursos.
- No final do século XIX e começo do XX, as nações européias passaram a investir fortemente na fabricação de armamentos. O aumento das tensões gerava insegurança, fazendo assim que os investimentos militares aumentassem diante de uma possibilidade de conflito armado na região;
- A concorrência econômica entre os países europeus acirrou a disputa por mercados consumidores e matérias-primas. Muitas vezes, ações economicamente desleais eram tomadas por determinados países ou empresas (com apoio do governo);
- A questão dos nacionalismos também esteve presente na Europa pré-guerra. Além das rivalidades (exemplo: Alemanha e Inglaterra), havia o pan-germanismo e o pan-eslavismo. No primeiro caso era o ideal alemão de formar um grande império, unindo os países de origem germânica. Já o pan-eslavismo era um sentimento forte existente na Rússia e que envolvia também outros países de origem eslava.

Atividades 
1- Como começou a Iª Guerra Mundial?
a) O não cumprimento do Tratado de Versalhes pela Alemanha.
b) Assassinato do primeiro-ministro francês General De Gaulle.
c) Assassinato do príncipe herdeiro do trono austríaco Francisco Ferdinando.
d) A Revolução Socialista em 1917 na URSS.

2- Quais blocos e países participaram da Iª Guerra Mundial?
a) Inglaterra e Estados Unidos contra Alemanha e Áustria.
b) Inglaterra, França, Rússia e Estados Unidos contra Alemanha e Áustria.
c) Inglaterra, França, Rússia e Estados Unidos contra Alemanha.
d) Inglaterra, França, Rússia e Estados Unidos contra Alemanha, Japão e Áustria.
3- Quais foram as exigências impostas à Alemanha pelo Tratado de Versalhes?
a) Culpabilidade pela guerra, reparação dos danos da guerra, perda das possessões na Polônia (Sudetos), redução do exército - 100 mil voluntários, e proibição de fabricar aviões e submarinos.
b) Culpabilidade pela guerra, reparação dos danos da guerra, perda das possessões na Polônia (Sudetos), redução do arsenal atômico e proibição de fabricar mísseis.
c) Culpabilidade pela guerra, reparação dos danos da guerra, proibição de manter as Forças Armadas e de fabricar aviões e submarinos.
d) Culpabilidade pela guerra, reparação dos danos da guerra, perda das possessões coloniais (África e Ásia), redução do exército - 100 mil voluntários, e proibição de fabricar aviões e submarinos.
4- A Primeira Guerra Mundial durou de:
a) 1910-1919.
b) 1914-1918.
c) 1914-1919.
d) 1910-1915.